terça-feira, 29 de dezembro de 2015

querido Mestrado,

ACABOOOOOU! É TETRA!

Não se ofenda, mas quando que penso em você, essa é a primeira coisa que me vem à cabeça.

Depois, os dois anos que eu passei em sua companhia. Vim para Lisboa por sua causa, mas não só. Agora tenho um título de mestre, mas não só.

Fortaleci amizades antigas (olá, companheiras de blog ), fiz novos amigos, um amor, viajei, fiquei (mais ou menos) íntima da máquina de lavar e do fogão, chorei, ri, aprendi... cresci. Agora é hora de partir para a próxima.

Não fica com ciúmes se eu decidir fazer um doutorado (brinks!).

Quando receber, me avisa. E obrigada por tudo.

Beijinhos,
Mariana.



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

querida Lua em Câncer,

Me falaram que você pode acabar com o Natal esse ano e queria te pedir que não. Não vem com essa história de deixar todo mundo com as emoções à flor da pele. Cê sabe que a última coisa que a gente precisa diante das perguntas dos parentes é isso.

Dá uma avaliada aí nessa história de influência astral para ver se não dá para converter essa sensibilidade apenas em uma sensação de bem querer pelo outro. Imagina que lindo todo mundo se abraçando e desejando Feliz Natal sem querer saber se você não vai encontrar um emprego melhor, se a prima não vai parar de namorar quantas pessoas ela quiser, se a tia vai ter outro filho ou se o primo vai sair do armário.

Na verdade, até gostaria que você pensasse com carinho em uma sugestão. Aproveita essa sua fama de ser um signo família e toca o coração dos meus tios e primos. Mostra pra eles que não tem nada a ver isso de só querer colaborar com a bebida e, principalmente, que não faz nenhum sentido as mulheres ficarem responsáveis pela louça suja de mais de 20 pessoas.

Desculpa por essa falta de espírito natalino, mas sabe como é, a gente fica preocupada.

Quando receber, me avisa e tenta não levar muito pro lado pessoal.

Abraços,
Seane.


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

querido Milhas,


Nem sei como agradecer por tudo até agora. E nem como contar que não vai adiantar de nada nesse fim de ano.

Estou super feliz de finalmente ter deixado de ser mão-de-vaca e resolvido investir numa assessoria esportiva como a de vocês, que são referência nisso por aqui. Com a rotina espartana de vocês, consegui perder 5kg (!!) em menos de dois meses e sem nem abrir mão da cerveja.

O lance é que, no fim do ano, não dá pra viver de salada e proteína magra quando panetones, arroz sem passas, bolos, lombos de porco e perus de todo tipo estão dando sopa em cima da mesa, fora as confraternizações que rolam desde o início do mês e já levaram minha vontade de ser saudável embora.

Então acho que logo reencontrarei aqueles quilos que deixei no início do mês e do texto e voltarei para o nível zero. Mas, olha: em janeiro, juro (eu e milhões de pessoas) que a gente bota essa sanfona pra funcionar e perde de novo, pra ganhar depois no Carnaval...


Não guarde mágoas que a época é de amor e, quando receber, me avisa.

Beijos,

Izabel



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

querida Ste,

Na segunda-feira, quando recebi talvez a pior notícia desse meu 2015, eu anotei na cabeça que a carta dessa semana seria pra ti. Desculpa confessar isso, mas eu não lembrava que a data em que a minha carta iria ao ar coincidia com a data do teu aniversário. E, ainda assim, as casualidades da vida se combinaram da melhor maneira.

Se você ficou curiosa para saber porque eu queria te endereçar uma carta no momento em que me senti mais triste, eu te conto. Em alguns momentos da nossa vida, em que as coisas vão dando errado e você olha para o lado e tem a impressão de que só estão dando errado para você, considero até normal cair em uma certa autocomiseração. Ou, pelo menos, considerava. Mas, lendo o teu blog e convivendo contigo e nossos amigos em comum, descobri que tinha algo, nessas ocasiões, muito mais produtivo e saudável: se alegrar pela felicidade dos outros.

Posso estar distante agora, amiga, e, eu que já mudei demais, sei como a distância priva a gente dos momentos mais bobos das relações pessoais. Ela faz a gente ir criando critérios de noticiabilidade nas conversas que acabam alterando a periodicidade. Mas te dedico essa carta para dizer que sou grata pelo que aprendi contigo e que juro de pé junto (apesar de não fazer ideia de qual a influência dos pés em um juramento) que sempre estarei torcendo pela tua felicidade e vibrando pelas tuas conquistas.

Quando receber, me avisa e me conta se o abraço não chegou extraviado.


Feliz Aniversário,
Seane.

stamp swan

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

querido 2015,

Você foi sal. Esteve no meu suor do trabalho novo, no sabor de um novo recomeço, no cheiro da minha cidade.

Esteve no mar de todas as cidades que visitei, nas peles que lambi. 

Esteve nas lágrimas que molharam meu rosto e o rosto dos meus. Água salgada do destino que trai, do projeto que não vai, da situação que faz a chorar de rir. 

Esteve quarado do calor dos abraços.

O sal esteve na dor e na cura de tudo e, na verdade, também esteve em todos os anos. Não sei se quero que 2016 seja doce. 

Quando receber, me perdoa a cafonice de sempre, e me avisa.

Abraços,
Carolina.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

queridos recalques,

Decidi que preciso enfrentá-los! Estou enviando essa carta apenas para alertá-los. Vou parar de reclamar para os meus amigos. Vou parar de achar que não é problema isso de nem saber mais o que sinto. Vou procurar um analista.

Eu sei o que vocês pensam a respeito disso. "Bobagem, menina. Cê tá ótima! Tem gente tão pior! O que uma mocinha branca, classe média, com pós-graduação pode ter de problema na vida?". Também sei que eu mesma já achei que poderia resolver qualquer coisa que tivesse que ser resolvida sozinha.

Mas adivinhem só? Não consigo! E nem sei se deveria estar me explicando tanto para vocês... De toda forma, não vou me alongar, pois ainda preciso escrever a carta pedindo para a minha mãe me ajudar a pagar essa terapia.

Quando receberem, tentem me avisar, não guardem mais isso só para vocês. 

Abraços,
Seane

stamp freud psicanalise



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

querida esperança,

Diga aos penúltimos que eu tentei. Se não demonstrei gana, desejo, foi do momento. Força e vontade às vezes se escondem da vaidade. Somos feitos dessas águas e óleos equilibrados pela fé. 

Às vezes a gente balança, tudo parece ter misturado, mas a gente aquieta uma hora. Repousamos novamente sob o teu reino. Seguimos, calculamos melhor o passo. Continuamos tentando.

beijos,
Carol.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

querida quinta-feira,

Espero que você continue me dando sorte. Na última quarta, quando Carol me contou que tinha sido aprovada na prova de línguas do seletivo do doutorado, pensei logo como era louco ela ter recebido essa notícia no dia em que ela tinha que escrever a cartinha pro blog.

E, então, meu pensamento veio logo para você. Quinta-feira é meu dia de escrever aqui no blog. Também é o dia em que eu faço meu programa de sucesso no Snapchat (cof cof). Foi numa quinta que eu fiz a prova teórica do doutorado. E, quando fui aprovada, foi para uma quinta que marcaram a minha entrevista.

Escrevi essa carta antes da sabatina, mas não consegui enviar a tempo. Mas, agora, quando receber, espero que dê tempo de me avisar antes do resultado final e de continuar na linha editorial do sucesso.


Abraços,
Seane.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

queridas companheiras de blog,

Long time no see!

Antes de mais, desculpa por todos os furos. Jogo toda a culpa - porque ela é minha e eu jogo em quem eu quiser - naquela coisa chamada mestrado e na minha memória de Dory.

Mas agora que o mestrado anda pelos finalmentes e a minha memória vai ter de pegar no tranco (a mais vai sim, querida!), digo-vos: eu voltei para ficar!

Quando receberem, me avisem. E deem cá um abracinho porque eu senti saudades!

Mari.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

querido Coltrane,

Hoje você me ajudou pra caramba. Obrigado por ser a parte física que estabeleceu meu equilíbrio espiritual. Foi difícil lutar contra a ansiedade que hoje quase arrombou a porta de tanto que bateu para entrar. Você veio conduzindo um amor supremo ao meu ouvido. Fomos juntos para perto de Deus. Reestabeleci a linha. Consegui trabalhar, conversar, concentrar.

Obrigada pelo afago no ônibus, por me acompanhar pela longa ladeira até minha casa. Obrigada por me acalmar. Obrigada por me manter em oração.

Abraços,
Carol



sábado, 7 de novembro de 2015

queridas unhas,

Quem diria que, depois de 27 anos, eu mudaria minha relação com vocês? Passei a semana inteira me arranhando sozinha, com o esmalte descascando, doida para ter cinco minutinhos para deixar vocês mais confortáveis para mim. Até maio desse ano, isso nem passaria pela minha cabeça. Bastaria modelar com os dentes mesmo. 

É nojeto? Sim. Também acho nojento fumar. Era um vício ou mania que parecia que eu nunca ia dar conta de superar, mas chega um tempo para tudo na vida.

Não passei base amarga, ninguém me fiscalizou para me alertar do dedo na boca, nada disso. Acontece que um belo dia eu resolvi mudar. Um dia sem roer. Dois dias sem colocar a mão na boca. Uma semana e elas já estavam grandinhas. Dei um grau nas cutículas. Mais um dia sem roer, mais dois, mais três. Passei um esmalte amarelo da Turma da Mônica bem horroroso, mas já foi uma grande vitória. 

Há seis meses deixei de roer unhas. São seis meses tentando fazer as unhas todos os sábados. Sozinha ou com ajuda da minha manicure Magda Abu Nazir. Já consigo ter uma ideia do tempo de crescimento, do tamanho perigoso para uma pessoa desastrada como eu. Sigo gostando das unhas curtinhas, mas agora elas têm cor, simetria e às vezes gliter porque eu sou assumidamente cafona e essa é minha licença poética.

Quando receber, avisem.

Beijos,
Carol

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

querido Coração,

Precisamos fechar para reforma. Eu sei que você pode ficar confuso com essa decisão, pois acho que nunca estivemos tão leves quanto nesse ano, mas temos algumas bagunças para resolver.

Sei que você deve estar se perguntando se isso é realmente necessário e sinto informar que é sim. Você é um ótimo funcionário e estou ciente do quanto você gosta de bater pelos outros, acelerar com o inesperado e de se dedicar a encontrar um motivo para amar cada pessoa que passa por nossos dias. Mas acho que você tem trabalhado até demais.

Vamos fechar agora antes que algum desastre aconteça por negligência ou descuido. Vamos de sabático para chegar em 2016 pulsando alegremente!

Quando receber, me avisa e tenta não ficar tristonho porque isso me dói no peito.

Com amor,
Seane.

sauce

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

querido escorpião que mora do meu bolso,


Está na hora de você se libertar, querido!

Em tempos passados, de salário congelado e poucas perspectivas, você foi mais que bem-vindo. Inclusive nessa época eu fugia do cartão crédito como se eu fosse pegar uma doença se usasse. Foi puxado? Foi.

Agora, as coisas não estão mais ruins assim. Diria até que estão bem boas. Então, por que se privar de certas coisas né? E nem falo do supérfluo (só), tem muita qualidade de vida que exige uns gastos. Exemplo: como corredora amadora orgulhosa desde 2012, sempre bradei por aí que não ia entrar pra uma assessoria esportiva porque era o cúmulo pagar pra correr (claramente falava isso enquanto você me mordia lá de dentro do bolso). No último mês, dei o braço a torcer e me matriculei em uma e olha só: tá SENSACIONAL! O treino do pessoal lá faz realmente uma baita diferença. E eu sem aproveitar nada disso até hoje por culpa sua.

Vai tirar uma folga, umas férias, quem sabe até uma temporada na bolsa de alguém, pra ver se eu dou uma incrementada na vida aqui. Não precisa ir muito longe nem sumir de vez, tá? Com o dólar a mais de R$ 4, daqui pra daqui a pouco te chamo de volta, rs.


Quando receber, me avisa.

Beijos,

Bel




quinta-feira, 29 de outubro de 2015

querido crush do Snapchat,

Gostaria que você não usasse mais a minha música preferida do momento para gravar snaps. Sei que a música não é minha e você provavelmente nem sabe que eu gosto muito dela, mas, por favor, pare:

É demais para o meu coração!

(E não pense que eu não sei que essa música deve ser uma indireta para alguma crush sua. Hunf!)

Quando receber, me avisa e, se não for pedir demais, começa a gravar mais vídeos também.

Beijos nada constrangedores,
Seane.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

querida vida de assalariada,

Você passou tanto tempo longe de mim, que eu quase achei que estava sentindo saudade. Mas a verdade é que você é desse tipo de vida que, em dois dias, já tomou conta de tudo e nem deixa a gente lembrar que um dia sentiu falta.

Peço que não me leve a mal. Não estou reclamando, talvez seja só uma pequena queixa. Veja bem, estou tentando nem fazer listas mentais de tudo que você já mudou no meu dia a dia. O cochilinho depois do almoço é algo que sempre vai me fazer falta. E essa falta de liberdade pra ir no banheiro na hora que der vontade também é bem chata (e o banheiro fica ao lado do chefe). Mas, fora isso, acho que ando até bem satisfeita em ter você me ocupando. 

Então, talvez eu até deva te agradecer por me tirar um pouco do Snapchat. Melhorou?

Quando receber, me avisa e faz o favor de, muito em breve, evoluir para uma vida de assalariada bem paga.

Com carinho,
Seane.


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

querida decoração de natal,

Ainda estamos em outubro, querida. Por favor, não chegue assustando a gente. Qual a necessidade de já estar em tudo que é canto? Antigamente, você pelo menos esperava novembro começar.

Vi você sendo montada e fui logo ver a minha lista de metas 2015. Nesses dois meses que restam, ainda dá para tirar três cisos que faltam, dá para perder uns dois quilos. Dá para mudar de vida completamente. 

Portando, fique "na suinha" e para de assustar a gente.

Quando receber, esconda aquele disco da Simone e me avisa.

Beijos,
Carol

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Querida infecção/virose/seja você o que for


Você é o nada. Nada que os médicos consigam identificar.

Nada que eu consigo botar pra fora depois de horas de náusea. Nada de forças que me restam e só servem pra ir pro hospital ficar horas no soro!

Meu Deus, eu nem lembrava mais da última vez eu que me vi presa a uma maca, tomando uma injeção que fosse.

Você não combina comigo. Aliás, nenhuma doença combina. Ser forçada a ficar quieta, parada, deitada é exasperante.

E na sua gula de passar o rodo na galera, pegou o namorado e o Boss e prostrou eles também! Te segura, faz favor! Tem que sobrar alguém pra cuidar do povo doente.

Fica aí quieta, em mutação, aguardando a próxima estação de surto e, quando receber, não precisa avisar nem por sinal de fumaça.


Falou, 
Bel




quarta-feira, 9 de setembro de 2015

querido processo seletivo,

Neste envelope estão contidas minhas últimas gotas de tinta da impressora, o resto do papel que estava na gaveta, os grampos que eu achei numa caixa no quartinho de bagulhos, um pouco da poeira trazida pelo vento, marcas de gotas de saliva que caíram quando soprei, além do meu resto de juízo pra organizar tudo em ordem cronológica. 

Aliás, esse envelope eu já tinha utilizado em outra ocasião, mas graças ao aperto do armário, ele ficou novo depois de ser imprensaado entre os livros.

Nos impressos, estão os meus dados pessoais. Lá você terá o que pediu: os absursos 13 dígitos do meu RG, CPF, o meu endereço completo, onde eu me formei, onde eu trabalhei, o  que escrevi e uma foto 3x4 que evidencia o meu estrabismo marcante.

Tudo com data, horário, certificação e os carimbos. Quase um quilo de papel e uma dezena de reais para provar que não minto, não omito, não fedo nem cheiro. No que provo para a pessoa do cartório, e apenas para ela, que eu sou eu porque, na melhor das hipóteses, os papéis serão guardados, na pior, queimados.

Ainda bem que os documentos provam que eu sou uma excelente brasileira, que contribuo para alguma coisa na construção do país. Acho que não conseguiria provar isso pessoalmente. Nesse caso, viva o papel!

Se quiser me conhecer melhor, marcamos um chopp. Como sei que não quer, já que as pessoas, os sentimentos, a nossa história não é relevante, ficamos neste envelope.

Quando receber, não precisa avisar porque peguei o rastreador do SEDEX.

Abraços,
Anna C P Diniz

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

querido apartamento da R. Dr. Cesário Mota,

Tenho tentado não pensar em você desde julho. Tenho buscado todos os motivos para te odiar. Teus tacos soltos, velhos, sem brilho e desalinhados. Os azulejos que caem na madrugada e a massa vagabunda que ressecou demais. As janelas com respingos de tinta. A descarga de parede que volta e meia insiste em dar defeito.

Mas fico repassando tudo isso, apenas para não ter que admitir para mim mesma que vou morrer de saudades. Para esquecer que é você que ocupa, no meu coração, o espaço sob a nomenclatura de "casa". É o teu cheiro de sujo e guardado _que só consigo perceber quando passo dois dias na casa da Lili_ que me é familiar e aconchegante. 

Já me peguei querendo abraçar as tuas paredes. Já me peguei em um impulso destrutivo de querer sair desmontando tudo e encaixotando todas as minhas coisas sem olhar para trás. Mas sempre respiro fundo e aguardo uns instantes. Instantes em que uma voz dentro de mim diz que essa hora invariavelmente vai chegar. Que no fim do mês a nossa história acaba. Mas que é bom esperar e aproveitar cada minuto de conforto que tu ainda podes me dar.

Não se engane com essas palavras bonitas. Odeio todos os teus defeitos e as assimetrias, especialmente os tacos, confesso. Mas amo tudo que aprendemos e vivemos juntos aqui. Amo você ter sido o primeiro lugar em que descobri meu espaço.

Quando receber, me avisa e me ajuda a segurar essa barra que é voltar pro turbilhão de mudanças. Espero que o próximo morador também elogie a sua sala e goste dos novos ganchos que colocamos no seu banheiro.

Com carinho,
Seane.




sexta-feira, 28 de agosto de 2015

querido agosto,

Nunca pensei que um dia fosse te chamar de querido. Demorou 27 anos pra eu entender que você é um mês como os outros. Não é um fevereiro e tal, mas este ano você foi um querido! Talvez melhor que fevereiro, inclusive, mas isso a gente não fala muito alto pra ele não se chatear.

Vencidos dois grandes obstáculos, eu só posso agradecer a leveza dos teus dias. Que a leveza siga pelo segundo semestre inteiro e vamo simbora!

Beijão,
Carol.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

querido designer do blog,

Adoro o seu trabalho, mas ando muito curiosa a respeito dos selos que você anda fazendo. O que é aquele selo estranho entre os selos da capa do blog, que a Mari chamou de ferradura, mas que mais parece outra coisa?

É isso mesmo? Temos um selo de piroca? Se sim, você poderia contar um pouquinho mais sobre esse processo de produção? Suas inspirações, seus devaneios...

Essa é uma carta de pura curiosidade e constrangimento público. E, no fundo, acho que é só uma desculpa para chamar a atenção para esse selo GENIAL. Aliás, sou bem suspeita para falar do seu trabalho, né?

Quando receber, me explica, ops, me avisa.

Beijos e não esquece daquele prazo,
Seane.


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

querida organização,

Quando foi que eu te perdi?

É verdade que às vezes eu te encontro escondida em um cantinho, mas não demora muito e.. cadê?! Já procurei por todo lado, embaixo da cama, em cima da geladeira, entre as almofadas do sofá e nada de te achar.

Eu não acredito que você tenha ido embora por vontade própria, até porque, sempre foi muito querida por aqui. Desconfio que são os duendes (sempre eles!) que andam a brincar com a minha cara.

Hoje vou fazer aquela geralzona e te procurar pela casa inteira, vou revirar todas as gavetas e vou olhar até nas escadas do prédio que é pra ter certeza que não te deixei cair por ali. Já prometi os três pulinhos pra São Longuinho e tenho certeza que vamos nos reencontrar em breve.

Quando receber, me avisa e fica por aqui. Prometo que te coloco em um lugar de destaque na minha estante.

Abraços saudosos, 
Mariana.

domingo, 23 de agosto de 2015

querido coração,

Temos intimidade suficiente para nos poupar dos rodeios e ir direito ao ponto: eu avisei! Deixei um recado na geladeira: não coloque tua felicidade nas mãos de outra pessoa. NÃO DEPENDA DE OUTRA PESSOA!

Deixo minha vida por tua conta e, quando retorno, me deparo com essa bagunça e tu, em pedacinhos, espalhado por toda casa. Vou reunir teus cacos e te refazer. E quando estiveres inteiro novamente, me prometa que vai segurar minha mão para eu te mostrar por onde devemos andar, para te mostrar que nem sempre é ruim não ter razão.

Não quero dar lição de moral, mas tenho algumas dicas. Reflita e tire conclusões de tudo que nos aconteceu. Onde erramos e como podemos melhorar. Não sei se você percebeu, mas descobrimos novos conceitos para o fundo do poço… Antes de se entregar novamente, te peço que deixe cicatrizar as feridas (não são poucas!) do vendaval personificado de mulher que te despedaçou. Nossas estruturas abaladas precisam de tempo pra se recompor. Tire férias. Descanse. Te indico aulas de razão e lógica com o cérebro, deixe de ser tão passional e ingênuo.

Proponho um trato: você deixa de se apaixonar pelo primeiro rabo de saia sinuoso que te encanta e eu elimino todo e qualquer tipo de gordura do meu cardápio. Você esquece por algum tempo tua paixão platônica por coques e eu introduzo vegetais na minha dieta. Você deixa de criar expectativas e fantasiar e eu passo a me exercitar diariamente.
É só por algum tempo, até que você atinja maioridade/maturidade e deixe de agir feito adolescente. Então, concorda?

Quando receber essa carta, me avisa.

Abraços,
Eduardo.











Eduardo Papke Rocha é gaúcho, tem 25 anos e é formado em educação física. um apaixonado pelos coisas simples da vida. Tem um blog.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

querido termogênico,

Por favor, não me infarte.

OK, sem pânico. É só que a gente não se conhecia ainda, apesar desses anos de altos e baixos na academia, daí eu fico um pouco desconfiada, sabe.

Some a isso o fato de eu, sem tomar nada, já suar feito um porco quando malho/corro e voilà: morri de medo de sair da academia com o coração saltando da boca e os tênis encharcados.

Mas deu tudo certo (até agora), pesquisei sobre a coisa toda e tô indo com tudo!

Só que lá bem no fundo do meu coração, eu nem estaria querendo tanto perder peso se os quilinhos a mais não fossem me custar uma pequena reforma no guarda-roupa.

Porque se tem uma coisa que eu sou mais do que desconfiada, é pão dura.

Queima tudo por aqui e, quando receber, me avisa.

Beijos,
Bel






quarta-feira, 12 de agosto de 2015

querida serenidade,

Como é bom ter você por perto. Dei graças a deus quando a tua irmã gêmea má, a ansiedade, deu um tempo da minha vida. As minhas unhas hoje crescem livres, minhas pernas já não ficam mais naquele tremelique com tanta frequência.

Mas foi graças a influência da tua irmã má que um dia interceptei uma conversa em que o grande conselho era: tudo vem quando a gente está sereno. Passei anos discordando disso, mas hoje tenho certeza que estava errada. Tudo vem quando a gente está sereno. E está vindo. Passo a passo virá tudo, com humildade, calma e contigo. 

Quando receber, me avisa.

Abraços,
Carol.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

querida blogueira vegana,

Gosto muito das suas receitas, mas, hoje, envio essa carta porque acho que precisamos ter uma conversa séria. Aparentemente, você está precisando fazer algumas leituras sobre "privilégios". 

Não sabe do que eu estou falando? Pois, olhe bem, eu explico. Fiquei muito chateada com uma certa postagem em que você dizia que só continuava se "envenenando" com leite de vaca, quem quisesse. Mas, sinto em informar, não é bem assim. Não é porque você sempre teve acesso à informação e aos melhores ingredientes para fazer seus leites vegetais, que todo mundo teve.

Eu, por exemplo, sou classe média, descobri que tinha intolerância à lactose desde os 19 anos, mas só comecei a ouvir falar de outros leites vegetais (que não o de soja, que eu detesto, ou o de coco, que usamos só em receitas) a partir de 2013! E nem estou entrando no mérito do custo das amêndoas e castanhas de caju que você usa para fazer alguns dos seus leites, sabe? Sei que tudo deve parecer muito simples para você, que vai protestar dizendo que é possível fazer leite até de aveia e inhame, mas você nunca nem deve ter parado para se perguntar se qualquer liquidificador consegue preparar essas receitas. Ou se todo mundo tem uma rotina que permite preparar o seu próprio leite, não é mesmo?

Sei que parece que estou querendo te dar lição de moral, mas não é. Só fico chateada que, ao invés de só fazer a sua parte e repassar essas informações, você tenha um comportamento tão agressivo em relação aos hábitos alimentares dos outros sem, aparentemente, parar para pensar nas oportunidades únicas que você teve na vida.

Quando receber, me avisa e tenta maneirar na miopia social, miga.

PS: Aliás, tentei fazer o leite de aveia essa manhã, dá uma olhada no meu Snapchat para ver como eu me saí. Meu usuário é @secoelho, caso você ainda não me siga...

Abraço,
Seane.

leite vaca selo postal india

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

querida calça,

Obrigada por aparecer na minha vida!

Você não faz ideia do quanto me fez feliz ter te encontrado. Confortável, bonita, preço acessível e... parece uma calça de pijama!

Não se ofenda, por favor, quem me conhece sabe do apreço que tenho pelos meus pijamas e do meu sonho de poder viver em sociedade vestida neles. Tipo viver mesmo, sabe? Não é só levar o lixo para fora e buscar a amiga no aeroporto. E você, minha querida calça, significa parte da realização desse sonho.

Hoje, quando cheguei em casa e continuei vestida com você, tive a certeza que fomos feitas uma para a outra, que é amor verdadeiro.

Quando receber, me avisa. E se ajeita linda, porque provavelmente é dia de passear!

Um beijinho e uma chave de pernas,
Mariana.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

queridos do Mumford and Sons,


Como avaliar o bem que a música de vocês faz pro coração duma pessoa, caras?!

Ok, não é só a de vocês de me atinge in the guts (em inglês pra vocês entenderem do que tô falando). Deus sabe o meu estado toda vez que eu escuto Stairway to Heaven, por exemplo.

Mas o caso de vocês é realmente peculiar, porque acho que mesmo que eu não entendesse uma palavra do que vocês cantam em cada faixa, ainda assim eu só ia sentir esse enlevo maravilhoso, essa sensação de quase flutuar, depois de colocar todo sentimento pra fora.

E, entendendo o que vocês falam/imploram/lamentam/expurgam/rezam, ainda fica uma vontadezinha de ser uma pessoa melhor. Louco, né?

Por culpa de vocês e desse efeito todo que vocês provocam, estou cogitando pela primeira vez ir ao Lollapalooza ano que vem pra vê-los de perto e me esgoelar cantando todas as músicas, contrariando a minha lista de prioridades para shows, que coloca no topo as bandas com mais de 10 anos ou “velhas o suficiente pra acabar a qualquer momento, então é a única chance da vida de ir”.


Ensaiem bastante pra esse show e, quando receberem, avisem.


Beijos,

Bel




terça-feira, 4 de agosto de 2015

querida Magda,

Antes de qualquer coisa, feliz aniversário!

Eu reli a carta que te mandei ano passado só para confirmar o que eu já desconfiava: tu não fez nada do que eu te sugeri.

Não aprendeu a dirigir, não soltou a língua de Jota e, principalmente, tem furado com uma frequência absurda as lavagens do banheiro.

Apesar de tudo, continua sendo muito bom te chantagear em relação aos teus pedidos de carona, mas é sempre bom lembrar também que tu me deves bons sushis por conta desses freelas como motorista.

Também é muito zoar Jota quando ele fala “tlinta e tlês”.

Só não é bom cruzar com o banheiro sujo. Por favor, é tua vez. Lava essa porra!

Feliz aniversário. Quando receber, me avisa (e me paga o sushi).

Te amo,
Caró.




sexta-feira, 31 de julho de 2015

queridos responsáveis do RH,

Essa carta é um pedido singelo: por favor, não me matem do coração. Vocês não devem imaginar como é estressante ficar esperando ligações e e-mails que foram prometidos para "logo" ou "em breve" e que ainda não chegaram.

Eu sei que não posso apressar o processo seletivo e que vocês querem ter certeza de que estão escolhendo a pessoa certa, mas acho que é possível trabalhar com um pouco mais de precisão e honestidade. Sejam sinceros em relação à data em que vocês pretendem dar respostas. Dizer que só devem saber na próxima semana é ok. Vale até mesmo dar uma dicona daquelas "na lata". Do tipo "se você não receber nada até tal dia, não rolou".

Só preciso de respostas. Só queria usar a caneta vermelha e já ir riscando umas coisinhas da lista, sabe?

Quando receberem, me avisem dentro do prazo. E me tragam boas notícias peloamordedeus.

Desde já agradeço pela atenção,
Seane Melo.

Dia do Trabalho

quarta-feira, 29 de julho de 2015

querida gripe,

Quem te convidou? Eu sei que não fui eu e imagino que ninguém aqui de casa aprecie a tua presença.

Não sei se você reparou, mas já dei sinais que não te quero aqui... não se faça de desentendida, a vitamina C, os chás e os sucos vitaminados (sim, a loja deu esse nome) deixam bem claras as minhas intenções.

Não insista, a casa está cheia e não faz parte dos meus planos te dar alguma atenção, já tenho muito com o que me ocupar. Então, vá tratando de arrumar a sua trouxinha!

Quando receber, me avisa e vaza daqui!

Um tchauzinho beeeem de longe,
Mariana.




segunda-feira, 27 de julho de 2015

querida Fortaleza,

Você é como uma amiga querida que eu não via há muito tempo. Estávamos cheias de coisas pra atualizar e nem dá tempo de você me contar tudo. 

Mas olha, te encontro em ótima hora, tava mesmo precisando muito dar uma boa descansada, de lugar e de gente, pra retomar o pique louco de SanLoo.

Um pouco de praia, um pouco de festa, um pouco de compras e um monte de comida e bebida e gente querida, eis a fórmula do teu segredo de sempre deixar saudade e fazer a gente achar que precisa de mais um encontro pra botar as coisas em dia.

Segura esse sol só mais um pouquinho e, quando receber, me avisa.


Beijo,
Bel.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

queridos sisos,

Como foi bom me livrar de um de vocês. Ainda faltam três dos seus irmãos, mas já sinto que venci um pouco tendo coragem de tirar do meu corpo uma parte sã, mas que, simbolicamente (e também na prática, vai) me perturbava.

Me lembro bem quando vocês nasceram. Tive todos os sisos, todos os juízos, antes dos 20 anos. Nem deu tempo de ter esperanças de fazer parte de uma geração que já tem, como traço de evolução, a ausência desses dentes. Mas vocês foram lá e nasceram naquele resto de espaço no fim da boca. Doeram, não romperam a gengiva com facilidade, me deixaram molinha, mas pelo menos tiveram a decência de nascer todos de uma vez só.

Queria arrancar todos de uma vez só, mas não tenho o traço evolutivo que me faz ter esse grau de coragem. Nisso, fui ao dentista, sentei na cadeira, me equipei com óculos, babador, coragem. Recebi a anestesia que logo deixou metado do meu rosto dormente.

Quando senti um metal descendo a gengiva, entre o siso e o último dente, uma lágrima escorreu. Não doeu, foi só pavor. Ouvi e senti o estalar do osso se deslocando. Mais uma lágrima escorreu, o sangue tomando conta da minha boca e, em seguida, a felicidade de ver que o dente saiu cumprindo sua função de dar espaço para o alívio.

Os outros três ainda são metas não riscadas do meu planejamento de 2015. Mas serão tirados. Não chegarei aos 28 com todos os juízos.

Quando receberem, avisem.

Beijo suavemente banguela,
Carol

quarta-feira, 22 de julho de 2015

querida rotina,

Essa semana, fiz um snap para você, mas não tenho muita certeza se você visualizou. Tudo desaparece em 24h, é uma loucura, e eu não sei se no meio dos seus horários e afazeres sobrou um tempo para assistir a todas as atualizações.

Por isso, recorro novamente a esse meio _vamos fingir que se trata realmente de uma carta, ok?_, que me parece bem mais perene. Preciso te pedir que volte! Não ligue para essas pessoas que te odeiam. Parece que está na moda odiar você, mas lembre-se que também já foi moda odiar ovo, café e glúten. Sei que você deve achar que a moda "odeio rotina" está durando mais do que deveria. Mas tenho aprendido que é impossível agradar a todos.

Só posso garantir que eu, por exemplo, não te odeio. E não estaria exagerando se dissesse que te amo. Temos nossos desentendimentos quando você me faz perder um pouco a perspectiva do futuro ou quando faz parecer que todos os dias são iguais. Mas, ultimamente, tenho ansiado exatamente por essa sensação: a de já saber quando acordo, o que como e o que devo fazer a cada novo dia que surge.

Você pode até dizer que não preciso de você e que é só eu me organizar direitinho. Mas acho que receber uma ajudinha sua facilitaria bastante a minha vida. Enquanto você não responde, decidi até recuperar uns hábitos antigos, como o de escrever aqui e contar um pouco da minha vida para as meninas. Quero acrescentar essa hábito em você, rotina. Você acha que já é um começo?

Quando receber, me avisa e volta com umas tarefas interessantes.

Sua fiel seguidora,
Seane.


quarta-feira, 11 de março de 2015

querida gripe,

Mais uma vez estamos aqui, nós duas, uma olhando para a cara da outra. Eu não aguento mais você. Você provavelmente prefere outros destinos.Mas estamos sempre aqui, nós duas, juntas. Você me amolecendo e eu te amaldiçoando. 

Espero que, quando eu tiver 70 anos, já esteja imune a todas as suas versões, pricipalmente aquelas com tosse de cachorro, que são as piores.

Quando receber, me alivia e avisa.

Com espirros,
Carolina.






segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

querida amiga que decidiu largar a faculdade e prestar um novo vestibular,

Não sei se tudo que eu queria te dizer hoje cabe nesta cartinha, mas eu prometo tentar. Em primeiro lugar, parabéns por ter alcançado o seu objetivo! Em segundo, prometo que não vou dizer que eu já sabia, pois eu não sabia não.

Durante todo o ano de 2013, desde que você entrou de vez na minha vida, eu acompanho a sua luta. E luta é uma palavra que não está sendo usada aqui aleatoriamente. Pois eu também sei o que é bater o pé e decidir que você quer dar novos passos da sua vida em outra cidade. Eu sei o que é tentar explicar para os outros que você não mudou de ideia em relação a algo porque o seu primeiro plano não correu exatamente como você imaginava. Eu também sei o que é tentar se convencer de que tomou a  decisão certa e não se deixar abater por algumas falhas. 

É por isso, que, mesmo nunca duvidando da tua capacidade, eu não sabia. Eu sei que a essa altura tu já sabes que tem muitas coisas que não dependem só de nós. E por mais que eu sempre estivesse confiante e percebesse que o teu tempo estava chegando, eu tinha tanto medo de que algo desse errado! Não deu! 

Nossa, e eu acho que me sinto como uma mãe. Sabe, acho que agora entendo o que é torcer tanto por alguém. Quando eu escutei o teu grito de felicidade, por dentro eu fui só alívio! Você passou... por isso. Sei que é só o comecinho, mas não dá uma alegria de pensar que a vida que a gente escolheu vai começar?

Acho que essa carta pode entrar na lista das piores cartas de felicitações. Mas você deve me entender. Só agora está dando para inspirar fundo.

Quando receber, me avisa e vê se me ajuda a fazer umas homenagens mais legais,

Te amo,
Seane.




segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

querido carnaval,

Quando receberes esta carta, provavelmente estarei em teus braços. Quero que saibas que eu te adoro desde a maternidade. 

Esse ano estarei mais uma vez com meus amigos queridos nas ladeiras de Olinda, passando perrengue com o calo, frevando banhada de suor e cerveja.

Me receba com amor reciproco, pois chegarei de braços abertos para o teu abraço.

Com amor,
Carolina

sábado, 14 de fevereiro de 2015

querido Charlie Brown,

Neste Valentine's Day, você ganhou uma cartinha! Desculpa pela falta de glitter e de corações estampados por toda a tela, eu até saberia fazer isso em uma cartinha de papel, mas pelo computador fica um pouco mais complicado.

Gostaria de dizer que eu sou a garotinha ruiva, mas a verdade é que tenho o cabelo preto e você provavelmente nunca me notou. Nunca te mandei uma cartinha antes porque nunca dei muita bola para essa data comemorativa. E achava que você não deveria dar também.

Mas esse ano foi diferente. Devo estar assinando muitos canais gringos nos quais as pessoas estão fazendo contagem regressiva e planos de comemoração. Não sei... Mas ao pensar em para quem eu abriria meu coração neste dia 14, eu só pensei em você.

Se você não fosse um personagem fictício, eu pediria para você ser o meu Valentine. Como não é o caso, escrevo uma cartinha para desejar muito amor a todas as pessoas que se sentem solitárias ou pouco apreciadas ainda que sejam incríveis e tenham qualidades para dar e vender. Desejo que você encontre alguém (pode até ser uma outra garotinha ruiva) e que o afeto entre vocês seja recíproco. Que ela seja a pessoa que escreverá todas as muitas futuras cartinhas de Valentine's Day que você receberá.

Quando receber, mostra pro Snoopy que você também ganhou cartinha e me avisa.

Love,
Seane.







quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

queridos alimentadores de pombas,

Acho que vocês ainda não perceberam, mas as pombas não precisam de nenhum tipo de ajuda para procurar comida.

Então, apenas parem de alimentá-las! Guardem o pão velho para fazer torrada ou farinha de rosca e economizem o dinheiro do milho/alpiste/sei lá o que é aquilo. Pensem bem, além delas não precisarem de ajuda, a rua fica um bocado suja com os restos de comida que elas largam no caminho.

E mais, já estou cansada de me assustar com pseudo-ataques de pombas (me sinto quase em Os Pássaros) quando um bando delas voa na minha direção indo atrás da comida que algum alimentador acabou de jogar por perto.

Quando receberem, me avisem. E parem!

Com meus melhores cumprimentos,
Mariana.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

querido Pavê de Cupuaçu do Sesc Consolação,

Hoje foi a primeira vez que eu te disse não! E, infelizmente, não será a última. 

Escrevo essa carta para dizer que ainda te amo. E que não está sendo nada fácil trocar você pela Seleção de frutas da época simples. Não, não insista. Não faça essa cara de "tenho uma camada deliciosa de chocolate pra te deliciar". E nem tente me lembrar que o cupuaçu é uma das grandes lembranças da culinária do meu estado natal.

Estou cansada de saber que você é a melhor sobremesa do Sesc Consolação (quiça de todos os Sesc's desse meu Brasil!), mas a nutricionista me alertou para a necessidade de levar a sério minha intolerância à lactose. E nós temos que acabar por aqui.

Por favor, não pense que é algo pessoal. Já disse que ainda te amo?

Quando receber, me perdoa e me avisa!

Abraços,
Seane.




quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

querida culinária portuguesa,

Você é luz, é raio estrela e luar e, infelizmente, vai muuuuito além do bacalhau.

Infelizmente porque bacalhau nunca esteve no meu TOP 5 e se você se resumisse a isso, eu estaria passando muito menos vontade. Mas não. Cada dia é uma descoberta, uma coisa deliciosa aqui um queijinho ali, um docinho acolá...

E, magra-gorda que sou, adoro tudo. Só que agora, penso duas vezes antes do segundo prato... alguns quilinhos a mais têm aparecido desde que vim pra cá e, sabe como é, melhor garantir uma sobremesa na mão do que o segundo prato voando (oi?).

Se eu recusar um segundo prato ou comer uma porção menor, não fica triste. É pro nosso bem: pra eu continuar cabendo nas minhas roupas e poder aproveitá-la sempre, nem que seja de pouquinho em pouquinho, ok?!

Quando receber, me avisa. E, por favor, continue sendo maravilhosa.

Um beijo grande e um abraço apertado,
Mariana.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

querida vida de rica,

Ainda não me mostrei merecedora?!

Porque olha, o tanto que eu ralo, que eu freelo, que eu piro, já deu tempo,  né.
Acho 25 anos uma idade ótima,  momento perfeito entre vivi algo mas não muito e vivi o suficiente pra ter prioridades. No meu caso, ter um canto e viajar todo ano, apenas isso.

Vê, nem sou exigente.

Apressa as coisas aqui pra amiga, vai. Já deu de fazer tanta conta.

Quando receber, transfere pra minha conta e me avisa.



Beijo,
Bel








quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

queridas fotos do RG

Sejam mais legais comigo, vai? 

A cada 10 anos, mais ou menos, vocês me forçam a uma reflexão sobre a vida, o corpo e a chatice que é toda a burocracia para tirar uma segunda via.

Curiosamente, nem lembro do dia que tirei a primeira via do RG. Lembro que foi para fazer uma viagem da escola e que eu tinha 9 anos. Tinha os olhinhos tortos. Aliás, sempre existe alguma coisa torta em vocês, fotos do RG.

Aos 17, passeando pelo shopping com os documentos para fazer inscrição no vestibular, essa primeira via achou melhor se libertar do envelope e morar no lixo, provavelmente. Ainda bem que perdi depois da inscrição feita. 

Documento perdido, batalha pela segunda via antes da prova do vestibular. E, dias depois, lá estava eu de frente para a câmera, colocando os dedos na maquininha que lê digitais e pagando os 17 reais. Uma hora depois, voilá: segunda via pronta com meu rosto sem cor, sem sabor, com uma inclinação de uns 20 graus para a esquerda. 

Foi com essa via com foto com rostinho angelical que eu cadastrei na universidade, saí da universidade, entrei em outra universidade, saí da universidade, apresentei em bares, boates, guichês de rodoviária, aeroporto, trem, hotel, tirei inúmeras xérox para concurso e emprego e me acompanhou por 10 carnavais. 

Mas tem uma hora que não dá mais. Aquela hora que destoa: 10 anos não são 10 dias. A terceira foto do RG custou 30 reais, 4 horas de espera e 3 dias para ficar pronta. Nessas horas a gente percebe que a gente cresceu, que a cidade cresceu e que a foto tava muito antiga mesmo, ó. 

Na nova foto do RG fiquei meio laranja e com 27 graus de inclinação para a direita. Minhas metas para vocês, fotos do RG, são: 1) não perder essa via até os 37; 2) ter zero graus de inclinação nas próximas e 3) sair com uma cara menos deprimente.


Quando receberem, avisem. 

Abraços,
Carolina


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

queridos 25 anos,

Sei que você já está comigo desde maio do ano passado, mas acho que não é tarde demais para fazermos alguns planos.

Estou te mandando essa cartinha para dizer que, há algum tempo, venho percebendo que você tem sido um ano muito importante para mim. Sabe aquela história de ser um marco? Pois é. Acho que você vai ser um divisor de águas entre a Seane jovem e a Seane madura. 

Mas, para isso acontecer, ainda tenho muito o que fazer. Diga para os 26 anos não chegarem antecipadamente, que a gente ainda tem que aproveitar esse começo de 2015.

Espero que você venha com um título. Com novos e importantes amigos. E com novas habilidades!

Quando receber, me avisa e me diz se topa participar do projeto #aindaaos25.

Abraços,
Seane.


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

querido carnaval,

Você sabe que eu te amo, né? Pois bem, gosto ainda mais de você quando chega assim, em fevereiro, no meio do mês, onde está a exata localização do meu coração. Obrigada por existir. Obrigada por ser assim tão cheio de vida.

No jogo das fantasias, estarei de amarelo. Pertencerei a uma equipe de super heróis meso japonês, meso americano, mas tudo muito bem adaptado ao calor do Brasil, das ladeiras, do sol a pino. Amarelo continuarei na chuva, suor e cerveja. 

Falta um mês para você chegar. Já sinto o teu cheiro. Vi o teu vulto virando a esquina. Eu já escuto os teus sinais. 

Pois venha e, quando chegar e receber, me avisa. Estarei com confete em mãos. 

Saudades,
Carolina




sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

querida mente fervilhante,


Agora que mudei de agência outra vez, acho que é uma boa hora pra você dar uma acalmada.

É sensacional fazer sempre algo novo, mexer noutras áreas, explorar as mesmas habilidades em novas tarefas ou mesmo descobrir novas habilidades. 2014 já foi riquíssimo nesse sentido: trabalheicom política, viajei pra lugares cuja língua mal falava, atendi clientes com os quais não tava acostumada e tudo o mais. E pra fechar com tudo: mudei de agência.

Pois bem, senta aqui do meu ladinho que precisamos mudar umas coisas: tenta relaxar de vez em quando, não precisa toda hora buscar uma novidade. Já fizemos assessoria, jornalismo científico, webjornalismo, publicidade, marketing político e agora promo. Aperta um pause agora.

Acho que, estrategicamente, este é o momento de melhorar no que temos que fazer em 2015, caprichar mesmo e mais lá na frente a gente volta a falar disso e decide se precisamos sacudir tudo de novo.

Afinal, como disse mamãe em seus votos de Ano Novo, “que tu passe de 3 anos nesse novo emprego, minha filha”. Vamos acompanhar.


Toma aqui esse copo de Maracujina e, quando receber, me avisa.


Beijos,
Bel