quinta-feira, 13 de março de 2014

querido xale,

Essa é a terceira vez que você "aparece" na minha vida. A gente sabe que você não é o adereço mais usado pelas bandas do nordeste. Calor e lã não encontram encaixe em músicas do Djavan, tampouco no cotidiano litorâneo.

A primeira vez que me deparei com você foi há 20 anos quando começava minha aventura escolar, naquela sofrida lição do x. A segunda vez foi no domingo passado quando, conversando com minha mãe sobre nossa tia que vai ser avó, decidimos dar a ela um presente típico de avó. Foi nessa hora que lembrei de você, querido xale. Minha irmã sugeriu que déssemos você à nossa tia.

Pode parecer bobagem, mas paramos para discutir, antes do presente, a dificuldade da editora em fazer uma lição com a letra x para cartilha de alfabetização. O desafio está menos em encontrar palavras do que para fazer com que crianças de 5 ou 6 anos achassem algum sentido num objeto nunca antes visto, como um xale.

Esta é a terceira vez que me refiro a você. Esta carta pode parecer boba, mas foi graças a lembrança sua que saímos do assunto "presentes com cara de avó" para "o dia que quase perdi a lição do M". Mas isso é assunto para outra carta.

Bom, é isso, xale. Quando receber, me avisa.

Beijos,
Carol.

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