sexta-feira, 21 de março de 2014

queridas plantinhas,

Nunca tinha reparado que as minhas primeiras preocupações do dia giram em torno de conferir o desenvolvimento de vocês. Não tinha me dado conta até conversar com Izabel sobre cactos. Me dei conta de que, antes de lavar o rosto, coloco um bocadinho de água nas mão para refrescar vocês ali na prateleira sobre a pia. Também não tinha me dado conta da nossa cumplicidade quando dividimos um copo de água. Eu na minha mesa, vocês num vasinho na janela. Tinha aquela violeta que parecia gostar de água gelada.

Acho que por ter crescido no mato, a proximidade com vocês se deu naturalmente. Apesar de ter preocupação maior com as roseiras, tenho carinho especial pelas laranjeiras que, quando dão flor, fazem a gente querer inalar todo aquele aroma. Também tenho carinho especial pela aceroleira toda cheia de bolinhas vermelhas e até pelos coqueiros que deixam os cocos ao alcance da nossa mão. Aliás, gosto até das plantas estrambóticas que mamãe cuida no jardim, apesar de achar que elas dão mais trabalho do que cheirinho gostoso.

A presença graciosa de vocês me faz ter certeza que sempre fui mais flora do que fauna. Apesar de não falarem, de não fazerem carinho, o que gosto em vocês é a sensibilidade para energias. É como se vocês nos protegessem contra o baixo astral. Aquele lance de secar pimenteira sempre me deu pavor. 

Quero que saibam que hoje estou rompendo um preconceito meu: sempre achei bizonho falar com plantas, por isso, não me deixem falando sozinha: quando receberem, avisem.

Com amor,
Carol.


Nenhum comentário:

Postar um comentário