sábado, 14 de junho de 2014

querida Carol,

Desde que o Theo nasceu, tenho pensado muito em ti. Por isso (e pelo teu aniversário), eu queria muito te dedicar essa cartinha.

Sabe, às vezes eu tenho medo de ter filhos ou de conhecer os filhos de outras pessoas, porque até outro dia eu tinha certeza que a cota de amor reservada pra eles tinha sido usada toda contigo.

Quando eu tinha dez anos, eu ganhei uma boneca: desculpa, mas eras tu. E quando eu te vi, eu te amei e, imediatamente, reclamei que tu não acordava pra gente brincar. Eu te esperei aprender a sorrir e, ao longo da tua infância, criei coreografias que só foram dançadas pra ti, para te fazer sorrir ainda mais. Todas as canções que eu sabia, eu cantei pra ti. E muitas outras que vou cantar pro Theo, eu aprendi escutando os teus CDs. Espero que ele goste de pássaros, peixinhos e indiozinhos, aliás.

Ontem, estava lembrando especialmente de uma vez em que te balançava e acabei deixando tua cabecinha bater na cadeira. Teu pai e tua mãe ficaram muito preocupados com o teu choro. E, quando fui pra casa, comecei a chorar no caminho, de tristeza e vergonha, por ter te machucado. Enquanto caminhava, fiquei pensando em como seria bom um mundo em que fossemos só tu e eu, brincando sem parar.

Claro que aos 10 anos, eu não fazia ideia da responsabilidade que é criar uma outra pessoa. Mas, a cada ano que passa, eu sou grata a tua mãe por ter se esforçado pra te ensinar coisas tão legais. E eu morro de orgulho de ti, minha irmã, minha boneca. Obrigada por ter me ensinado tanto sobre bebês. E obrigada por ser tão maravilhosa quanto nós sempre sonhamos (e não foi pouco!).

Parabéns, um pouco adiantado, pelos 15 aninhos!  E, quando receber, me avisa e não precisa ficar preocupada com a história da batida na cabeça. 

Te amo,
Seane.


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