sexta-feira, 10 de outubro de 2014

querida São Luís,

Por que você está nos maltratando tanto? Tudo bem, eu sei que você vai argumentar que não é você, mas as pessoas que moram aí e, principalmente (?), as pessoas que te governam, mas de qualquer forma, queria dedicar essa carta para você.

Hoje é sexta-feira e ainda agora estou contando para os amigos distantes que, na segunda-feira, dois amigos e mais um conhecido foram esfaqueados ao voltar de uma festa! Ainda agora tento falar disso sem parecer muito chocada e desesperada, sabe. Ainda agora tento pensar apenas que Alexandre e Kelvin estão bem.

Eu sei que você vai tentar me explicar o que aconteceu e todas as circunstâncias, mas, cá entre nós, a gente sabe que não tem explicação. Assim como não tem explicação para, menos de um mês atrás, o pai do meu colega de apto ter sido baleado!

São Luís, tenho que confessar: eu estou com medo. Estou com medo pelos meus pais e amigos que estão aí. E, mais ainda, estou com medo de associar toda essa violência injustificável à imagem amada que eu tinha de você.

Não deixa a gente se conformar com isso! Não deixa isso continuar! Por favor!

Quando receber, me avisa.

Meus pêsames,

Seane.


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