segunda-feira, 7 de julho de 2014

querida Xinran,

Nem sabes o quanto queria e o tanto que insisti pra te conhecer!

Desde que Samira me falou tanto e tão bem do seu livro “As boas mulheres da China”, enfiei na cabeça que iria ler esse livro. Mas não ia comprá-lo, nem baixar o pdf por aí. Samira prometeu que me daria o livro, então esperei.

Vi mil vezes o preço dele nas estantes virtuais e fechei a janela. Vi na livraria do shopping e não comprei. E cobrei Samira, porque sou dessas que não deixa passar uma promessa e secretamente sabia que teria uma simbologia muito maior se ela me desse, pela nossa história e pelas suas.

Atentei até não poder mais, depois de todo um ciclo de datas comemorativas e eis que, um ano depois (um dia desses), ganhei o livro e comecei a ler “As boas mulheres”. Como aquele doce que a gente sabe que é muito gostoso e vai comendo pelas beiradas que é pra não acabar tão rápido, resolvi ler aos poucos, um capítulo por vez, depois do almoço quando fico praticamente sozinha estirada no sofá da agência. Silêncio, paz e ar-condicionado.

Superou expectativas.

Fui parar onde nunca estive, fazendo aquele esforço de não cair no etnocentrismo e não visualizar pessoas e lugares com as minhas referências pessoais. Afinal, em histórias como essas, em que você conta o sofrimento, a abnegação e o silêncio das mulheres chinesas, o cenário pode ser qualquer lugar. Os sentimentos são universais e isso basta. Valeu a pena esperar. Você acaba de entrar pras listas dos meus livros preferidos e de jornalistas que mais admiro.

Separa mais livros incríveis como esse pra eu comprar/pedir todos e, quando receber, me avisa.


Beijos,
Bel







Um comentário:

  1. Fiquei curiosíssima! Ela entrou para aquele lugar especial no qual se encontra menino Kapuściński ?

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