domingo, 13 de julho de 2014

querido Apevitin B12,

Tomei você a vida inteira, até dezenove anos, porque minha mãe dizia que você ia me fazer comer feito um pacman. Até janeiro do ano passado, eu ainda vestia 34.

Casei e meu manequim virou um abalo sísmico. Há dois meses comprei três calças jeans tamanho trintioitcho, na loja me serviu super bem e tenho notado que estas mesmas calças já estão para lá de apertadas. Como elas são parte da indumentária no trabalho, não tem bumbum que suporte ficar enjaulado desse jeito.

Tudo bem que eu ando comendo bobagens e almoçando quatro bois grelhados com bacon e guaraná na churrascaria. Sou consciente de que estou beirando aos 30 e qualquer fast foodzinho é uma espécie de hospedeiro pra você fazer mitose com minha gordura ruim.

Pra ser exata, acho que a culpa é sua. Está difícil falar bem de você. Eu não sei o que faço com minha moda praia que está engavetada, minhas regatinhas caneladas e bodies pra usar com as minhas saias pre-fe-ri-das.

No meu planejamento não consta dividir sudorese profusa nas academias do sistema solar e me livrar dos furinhos localizados. O que consta, e sem data definida, é que você seja tratado como medicamento tarja-preta.

Quando isso acontecer, me avisa.

Rafisa.









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Rafisa Schramm é arquiteta, recém-casada e mãe de um gato preto muso chamado Tal. Ainda é magra e nesse momento está pedindo um cheesefilé com dobro de queijo.




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