domingo, 4 de maio de 2014

querida Xuxa,

Andei desconfiando que todos aqueles decotes e botas estilo Elke Maravilha talvez tenham desgraçado um pouco minha cabeça a longo prazo. 

Bom, talvez a própria visão de Elke Maravilha não tenha ajudado muito a minha infância. Não sei, mas essa minha teoria maluca pode ser dividida em pelo menos três pontos cruciais. 

Primeiro: a pitoresca cena de “SuperXuxa contra o Baixo Astral” com você se contorcendo e gemendo na “Almofadona” (uma poltrona falante - e lasciva) em agonizante saudade do seu cachorro perdido, o Xuxo. Esquizofrenia e luxúria correndo soltas. Devo dizer que passei boa parte de minha vida consumido por este questionamento: houve verdadeiramente a necessidade? 

Segundo: o fatídico dia em que testemunhei um pastor desses de igreja revelando os mais estratosféricos detalhes sobre a sua vida nos bastidores: um tal de pacto com o diabo e músicas do avesso; boneca macabra que arranhava as menininhas... o sinistro lance da previsão da morte do Senna. Morreremos sem saber quanto disso afinal é verdade? 

Terceiro e finalmente: a inquietante entrevista que você concedeu a Pedro Bial onde é possível vê-la cavalgar um cachorro. Cavalgar. Um. Cachorro. Viu só? há lacunas demais! Nos ajude, Xuxa, a entender. 

Mas seja como for, quando receber, me avisa.

Beijo, 
Davi Coelho











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Davi Coelho é dono de um Apontador Cego, de um blog sobre cinema, de um imã para auto-sabotagem. Atende como Davi, Dave ou Daver. É primo do Roger Rabbit.

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